quarta-feira, 12 de março de 2014


Ó, para relembrar os meios de transportes que, pegamos para irmos ao trabalho quando, temos a sorte de sermos empregados.
Violência Urbana parte II – Por Rosane Barbosa

Bom, quem leu a parte I, viu que, falava diretamente do transporte público e da uma forma de violência que sofremos todos os dias para chegar aos nossos compromissos, mas, agora venho falando de uma outra forma de violência que, também, tem a ver com o transporte público sendo que, já entra numa parte delicada que é o impedimento de ir e vir do cidadão por, não ter o dinheiro de passagem para ir aos seus compromissos, lazer, necessidades, etc.
Nós pagamos impostos e, muito caros e, na hora que queremos simplesmente ir ao pré-vestibular, não temos dinheiro para pagar a passagem. Se tiver beleza, vai e volta de boa, mas, se não tiver, para não deixar de ir, é necessário deixar o orgulho ou a vergonha de lado e, ver formas de chegar lá e, uma das formas é pedindo carona ao motorista. Tem uns que dão, outros que não e, dessa forma, vamos levando em frente até que, chegue um dia que o motorista fale que não dá mais aí, tem-se que dar outro jeito. Existem outras formas também como: skate, bicicleta, a pé, de monociclo, enfim sempre estamos arrumando formas de, não se entregar e, sempre um levantando a moral do outro, pois, tem horas que, realmente desanima, mas, é só parar pra pensar: pô, to pagando para o filho do burguês estudar na universidade que é publica. Publica? Como assim se, preciso fazer pré-vestibular pra entrar? Se for pública, posso entrar de boa sem vestibular, mas, as coisas não são bem assim. Só sei que os brancos estão lá porque, fizeram os melhores vestibulares que, tem mais estrutura, estudam o dia todo e, à noite, saem pra dar um role para “esfriar a cabeça” enquanto nós, negros, acordamos as 3, 4, 5 da manha, saímos de casa às vezes, sem tomar café, pois, se o fizer, perde o ônibus lotado para o seu destino, trabalha o dia todo ou parte dele pra depois, ir para o pré-vestibular que, também é muito bom sendo que, o cansaço é tanto que, tem vezes que, não se consegue assimilar a matéria e, só cair a ficha quando, no outro dia, pega a matéria para estudar e, aí sim, consegue entender. Aí eu falo: vu deixar molhe pra eles?????? Nunca!!!!!! Jamais. Quero o meu pedaço do bolo!!!! Como diz o Emicida: “Meu avô fez o bolo e, nem comi um pedaço” é isso!!!!! Meus ancestrais vieram forçados pra cá, escravizados construíram esse país onde, moro e, eu não tenho direito a nada? E, ficarei de braços cruzados a isso????? Jamais.
Além dos negros, tem outros cidadãos de bem que, moram na favela/morro ou, até no asfalto mesmo que, também não tem condições e, passa pelo mesmo problema, mas, olhando a pirâmide social, em se falando de poder econômico, vem primeiro o homem branco/mulher branca/homem negro e por último e, não menos importante nós, mulheres negras. Acho que não preciso falar mais nada em relação a isso.
Por isso que digo: não vamos desistir, não podemos! Temos o direito de estarmos dentro da universidade, seja ela qual for, pois, fazemos parte de um país que se diz democrático, onde está essa democracia que não vejo? O lance é parar de querer achar respostas e, ir para a prática, pois, só assim, poderemos de uma forma geral, mudar a nossa situação.
Acredito na força das nossas ancestrais Luiza Mahin, Rainha Nzinga, Aqualtune, Lelia Gonzáles, Clementina de Jesus, Maria Carolina de Jesus. E, das que estão entre nós que, estão firmes na luta, mais precisamente, nossas mães que, quando não pode dar apoio financeiro, em sua maioria, dão apoio moral para continuar a batalha.
Tem os nossos ancestrais que, também nos passam essa energia positiva: João cândido, zumbi dos palmares, Luiz gama, Manuel congo.
Esses (as) ancestrais são exemplos a serem seguidos. E, com certeza, a trilha é essa, cheia de obstáculos, mas, não final, tudo vai dar certo, terá um pote de mel bem no final e, não de fel.
Lembrando que, muitos de nossos irmãos e irmãs passaram para a universidade e, em sua maioria, se esforçaram o máximo para conseguir chegar lé e eu os(as) parabenizo porque, para nós, as coisas são mais difíeis mas, não impossíveis.



“Somos um Coletivo: não aceitamos que a arbitrariedade de uma hierarquia autoritária determine nossas decisões, mas que elas sejam o resultado de discussões democráticas.” Lelia Gonzáles.




























quinta-feira, 6 de março de 2014

Quem puder, repasse... Informação sempre é bom.

Violência Urbana Parte I
Por Negra Ro


Todos os dias sofremos violência dentro dos meios de transporte. Como é isso? Acordamos 2, 3, 4 horas da manhã para, tentarmos pegar a condução para ir ao trabalho. Os irmãos e irmãs que moram distante passam por isso todo santo dia e, quando consegue pegar o ônibus, é um tormento. Um quase entrando por dentro do outro, tendo que fazer malabarismos para, conseguir uma posição melhor dentro do meio de transporte que, o (a) levará até o trabalho. Parece até um show pirotécnico tendo que se contorcer para não ser "sarrada" ou, para conseguir uma melhor posição até, chegar ao seu destino. No caso das mulheres, há um constrangimento em relação a ficar espremida dentro do ônibus por conta da “sarrada” que, às vezes é proposital e, no caso do transporte cheio, tem vezes que, realmente não tem jeito, pois, não são todos os homens que se aproveitam disso e, acaba que tanto o homem como a mulher, passam por um momento de constrangimento. E, sobre os meios de transporte que, isso acontece sempre, são: ônibus, metrô, trem e até, o transporte alternativo que, mesmo indo sentado, é um espremido com o outro, não há um conforto e agora, as vans põem pessoas em pé e, aí que, de vez acabou o conforto até nesses transportes. Enfim, sofremos violência todos os dias que saímos para pegar o transporte coletivo, seja ele qual for.
Fora quando o motorista não para no ponto ou, quando damos sinal pra descer, ele, para quase dois pontos depois do esperado. E, ainda diz que não demos sinal. É realmente isso é uma violência.
Mas tem outro, porém. Não é só quem mora longe do trabalho que tem que acordar cedo. Tem pessoas que moram perto e que, é necessário sair uma hora e meia antes para chegar ao trabalho e, que ainda necessita pegar o ônibus em outro ponto porque, no ponto que, já está acostumada(o) a pegar, se o fiscal não estiver lá, não para. E, o pior de tudo, quando se desce do ônibus, a sensação que se tem é de estar com o corpo sujo porque, ficamos espremidos (as) dentro do ônibus, num calor infernal que, quando descemos, olhamos para a nossa roupa e, em sua maioria, percebemos que, a mesma está amassada e, até um pouco suja por conta do vai e vem do nosso meio de transporte que, infelizmente é necessário.
É isso.

“Apesar das dificuldades e, dos sofrimentos que passamos todos os dias, não devemos desistir dos nossos ideais, nunca, pois, o opressor está bem ali, na frente, esperando para dar o bote certeiro e, nos desviar dos nossos objetivos, caso, não tenhamos convicção do que queremos de melhor para nós mesmos.”

Negra Ro na Paz