Genocídio do Povo Negro por Rosane Barbosa
Até quando continuará morrendo os nossos, por motivos
banais? As nossas mortes, já vêm desde os tempos da escravização, quando os
nossos ancestrais vieram no navio negreiro e, morriam de várias formas: por
doenças adquiridas, estupro, espancamentos, enfim, e isso acontece até hoje, só
mudou o formato, e a forma de como o
mesmo continua acontecendo. Segue alguns exemplos, uns antigos e outros atuais:
·
“Adrielly
Veira, de 10 anos, foi baleada na cabeça e levada para o Hospital Municipal
Salgado Filho, no Méier, onde não havia neurocirurgião para atendê-la”;
·
“Gualter Damasceno Rocha, o “Gambá - De dia, gesseiro na
obra. De noite, dançarino, criando um novo passo: o passinho - o funk das
favelas do Rio, suavizado, gingado, com uma influência universal” – Foi morto
brutalmente, ainda não se sabe realmente por quem e, o real motivo sendo que o
fato é que ele foi para o baile de Manguinhos se divertir e acabou sendo
enterrado como indigente, para esconder o crime”;
·
“A mulher
arrastada era Claudia Silva Ferreira, de 38 anos, baleada
durante uma troca de tiros entre policiais do 9º BPM e traficantes do Morro da
Congonha, em Madureira, enquanto ia
comprar pão. Essa também é a mesma polícia que debocha e produz factóides
para justificar seus atos, como afirmar que Claudia estava em posse de quatro armas, quando todos afirmam que ela tinha ido
comprar pão”;
·
“Um jovem teria morrido eletrocutado após receber um tiro de
pistola taser disparado por um policial da Unidade de Polícia Pacificadora.
Desde janeiro desse ano, o complexo de Manguinhos está ocupado por uma UPP.
Testemunhas dos últimos momentos de vida do jovem Mateus Oliveira Casé, de 17
anos, conversaram com nossa reportagem e acusaram policiais pela morte do adolescente.
Ele teria recebido o disparo e tido uma parada cardíaca.— O carro de polícia parou e disparou o choque nele. Ele caiu de
cabeça e os policiais deixaram ele ali mesmo. Os PMs disseram que ele morreu na
UPA [Unidade de Pronto
Atendimento] mas quando nós levamos ele para o hospital, ele já chegou lá
morto. Você acha certo UPP fazer isso?— pergunta uma testemunha
ocular do crime.”
Estes
são somente alguns casos que ocorrem com a nossa população negra e, na maioria
deles, somos colocados como bandidos, arruaceiros, enfim, somente de coisas
negativas. Sem falar do pedreiro Amarildo que, dizem que ele era traficante
mas, se ele era mesmo ou não, cadê as provas? E porque tinha que morrer daquele
jeito se, nos vídeos da época mostraram que ele não resistiu a nada, no sentido
de insultar os policiais? E a menina que morreu no morro de São Carlos de Bala
perdida, na mesma época que o menino Hélio? Em relação ao último, fizeram uma
mega homenagem e para a menina, a família nem pôde entrar na igreja da
candelária, onde houve esta homenagem porque, a missa era somente para o Hélio,
um menino branco que, também morreu brutalmente mas, a quantidade de nossas
crianças que morrem!!!!!!!!! O Genocídio acontece de diversas formas. Enfim, é
só para relatar mesmo isso e, pensar-mos em sempre que fizerem algo conosco,
fazer-mos como este irmão fez no vídeo que, procurou as autoridades e, acabou
conseguindo uma audiência pública. Sei que as vezes não dá em nada mas, tudo o
que é nosso por direito, precisamos recorrer sim pois, se todos nós fizer-mos
isso, vai chegar uma hora que, não virará mar de rosas mas pelo menos, a
sociedade verá que estamos reagindo.
Só para
fechar, no caso do irmão eletrocutado em manguinhos, ele não era envolvido com
nada, era somente um jovem andando pela rua. Fico muito preocupada com o Denis
pois, ele tem o estereótipo de jovem negro que eles gostam. Sempre quando ele
anda pela rua, eles ficam olhando com uma cara de carniça para ele, quem me
alertou foi meu namorado. É fogo, nem na rua pode andar...
E outra
coisa, alguém ficou sabendo deste meninos de Manguinhos? Pois não me lembro se
saiu nos jornais. Só para frizar. Se eu estiver errada, me corrijam.
É isso.
Segue o vídeo.
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